Os suspiros que notamos são usualmente acompanhados de emoções, como tristeza, alívio ou descontentamento.
Mas o ato não pode ser interpretado como revelador de emoções.
Segundo revelou estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Estados Unidos), suspiros são movimentos respiratórios involuntários, programados para cada cinco minutos.
O objetivo é inflar os alvéolos, mas quais circuitos cerebrais estariam envolvidos no processo permanecia um mistério – até agora.
“Suspirar é vital para manter os pulmões funcionando”, declarou um dos autores da pesquisa, o Dr. Jack Feldman.
Há poucos anos, o Dr. Feldman demonstrou em testes que um aminoácido chamado bombesina poderia afetar o mecanismo dos suspiros.
Ratos de laboratório suspiram 40 vezes por hora.
Depois de receberem uma dose de bombesina na área do cérebro que controla a respiração, passaram a suspiram 400 vezes/hora, enquanto a respiração basal permaneceu inalterada.
Mas ainda permanecia obscuro quais células no cérebro estavam respondendo ao estímulo da bombesina.
Para descobrir, Feldman associou-se ao pesquisador da Universidade de Stanford, Mark Krasnow, professor de bioquímica e investigador do Howard Hughes Medical Institute.
Juntos, eles identificaram concentrações de neurônios ativadas pelo aminoácido.
Cada concentração consiste de aproximadamente 200 neurônios, e reage de modo diferente à bombesina.
Quando os pesquisadores bloqueram uma forma de bombesina, as cobaias suspiraram com maior frequência.
Quando as duas formas foram bloqueadas, os animais deixaram de suspirar.
Com o estudo, ficou evidente que os humanos possuem concentrações de neurônios similares.
Isso significa que, em teoria, é possível tratar alguns problemas que enfrentamos, suprimindo ou reduzindo com drogas os suspiros.
Pessoas com ansiedade, por exemplo, poderiam beneficiar-se com suspiros menos frequentes.
E pacientes com dificuldades em respirar fundo, devido a problemas no coração ou até obesidade, quando a gordura comprime os pulmões, poderiam beneficiar-se ao suspirar mais.
Não ficou evidente para os cientistas porque emoções entram no circuito e também provocam suspiros.
Pode ser uma forma de comunicação não-verbal, ou um ajuste que o corpo faz para manter-se calmo.
A pesquisa foi publicada na revista científica Nature.
Tags: comportamento, Lucilia Diniz,
Nota do Spin Suspiro: sobre bombesina
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